A MORTE DO ORVALHO

Ajude-me, pediu.

Sem relutar, tentei!

Chorei, sofri, quase morri

E nada resolvi.

Sou uma planta... Não santa!

Sou pele curtida

Pelo sol do tempo

E pela solidão do abandono

De um terrível lamento.

Como orvalho no ar,

Sem pétala para me segurar,

Deixo de enfeitar e brilhar.

Termino por MORRER

Num asfalto quente.

Vezes há que me sinto brisa

Como aquela que vem do mar.

E, em dias de muito vento,

Simplesmente não existo

E me contento.

Há escolhas que machucam o coração da gente.

Outras aliviam e logo a gente sente.

Melhor seria não precisar fazê-las

Mesmo que para isso,

Nunca tivéssemos que vivê-las

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