Triste...

Nunca pensei que pudesse ser tão triste

o tamborilar da chuva batendo na janela.

Justamente eu, que sempre me deliciei com esse som,

à meia luz...ou luz de vela.

Tropeço na solidão que dorme nos pés da cama.

Faço manha...

E encolhida, sinto o frio atravessar as entranhas.

Caminhando da sala ao quarto,

do quarto à sala...

eu gasto metade da minha noite de descanso.

Como alcançar a manhã seguinte,

se a angústia que me cerca, fica me testando, me provocando,

como um enorme lobo manso?

Me vejo uma chuva calma,

me sinto uma tempestade sem alma.

Estou só e estou cansada...

esperando pelas frutas frescas,

pela luz e pelo sabor doce da alvorada...