QUANDO EU ACORDAR
Hoje, quero beber o orvalho da tu'aurora
e de cuidados inquietos despir tu'alma;
hoje, quero me acalentar no caos
tumultuoso dos teus lábios
e nas carícias do teu choro namorado
desfalecer sobre teus seios;
hoje, nos travessos amores
que rebuscam devaneios
quero ouvir teu murmúrio aos segredos dos poetas.
Hoje, quero te ver fugir num sobressalto
qual gazela esguia, arisca,
me olhar com grandes olhos
que passeiam nas florestas.
Hoje, teu pescoço e colo quero cingir numa alquimia,
como colares de rubis preciosos a realçar teu carmim.
Hoje, te deixarei assim, nessa pintura viva,
pra quando amanhã acordar deste meu sonho
teu sorriso ser pra mim.