SEM TÍTULO

por Regilene Rodrigues Neves

Um pedaço de dor

Responde do lado esquerdo

Cheio de afeto

Solitário de amor

Qualquer sensibilidade aparente

Desnuda minha vertente

Mostra verdades que eu quis mentir

Nessa rotina de solidão...

Desço até m’alma sem refugio

Ouço minha dor balbuciar

Sua lágrima...

Do lado vazio

Faz frio de amor!

Quisera que a minha verdade

Não fosse fingir um sorriso

Nessa face disfarçada de alegria...

Dia a dia recolho

Pedaços frágeis dos escombros

Refaço alicerces dos meus cacos

Sentada na calçada do meu eu

Atravesso meu abismo

Juntando pedaços de sonhos...

Sou um frasco romântico

Esgotado de essência

Derramo minhas gotas

Em papeis em branco

Alguns sentem meu pranto

Em seu lirismo de amor...

Assim afugento minha dor

Construindo paredes de odes

No meu verso

Nesse manto quente

Aqueço minha alma

Desse vazio de amor...

Sem nenhum lamento

Sem algum clamor

Apenas disfarçando minha dor!

Em 20 de setembro de 2008