Castelos e musgos
No caminho castelos e mouros
Caminhos tortuosos
E muros tomados de musgo
Em quais dos quartos escuros
Foram escondidas as chaves douradas?
Em quais dos becos fedidos
Roubaram a espada da fada?
No caminho panos e confetes
Sujos, encardidos, rasgados
A festa acabou
O pirreot e a bailarina
Tão desistentes e largados
Fim de carnaval amigo!
Pelas frestas das janelas escondem se
Olhos aflitos, perdidos.
Em quais dos quartos escuros
Perdeu se a majestade?
Ainda sopram dos lábios frios
Aquelas mesmas juras inconstantes
Ainda sopram dos ventos do leste
Noite silenciosa e intrigante
No caminho castelos e mouros
Nos muros pintados de cinza, musgo
Nas mãos ainda furos e fitas.