ESSENCIALMENTE
A quem diga que sou louco, porque tomei a decisão de viver descontextualizado;
Porque ignoro todo imposto legado e desonro a história que escreveram pra mim;
Mas eu sou mesmo assim, um alienígena humanizado;
Certamente demasiadamente pesado, com neurônios sobre o prato ao invés de capim!
A quem chame de proficiência o que me esvai como tempestade interior;
É que menestrel eu sou de um futurismo arraigado de sonhos remotos;
Os meus pecados me são devotos, porque até minha indolência é fervor;
Eu sou escravo e sou senhor, desenhado pela lógica de meus opostos!
A quem me considere indiferente, porque não pego em armas e nem corro ao vento;
Mas sou o gladiador do pensamento, minhas estrofes são arenas;
Os meus fuzis são minhas penas, meus hematomas são sofrimentos;
E em todos os meus momentos, explodem dentro em mim conflitantes cenas!
A quem me chame de poeta, mas eu sou apenas a crise física da emoção;
Que ao contrário de Platão, busca a liberdade no interior da caverna;
Combatente nos íntimos de sua caserna, verso honesto de sua própria imperfeição;
A quem me sonhe em sua imaginação, mas eu sou o pesadelo de uma lágrima eterna!