O MENESTREL DAS SOMBRAS
Eu ouvi por toda madrugada o típico ruído do silêncio noturno;
Vi todas as imagens que se formam no escuro, velei por quem dormia;
Enquanto o sono me fugia, inúmeros sonhos me foram escudo;
Fazendo-me surdo perante as vozes de minha própria agonia!
Enquanto as folhas brancas se cobriam de registros;
Os escuros sinistros eram vencidos pelos raios do amanhecer;
Querendo algo me dizer, talvez a remover de meu olhar seus ciscos;
Dando vida aos meus rabiscos e alguma luz pra outro alguém esclarecer!
A minha inspiração é passageira de um bonde solitário;
E ocupa um vagão literário, cujo acesso é indescritível;
Sei que parece incrível, mas essa luz costuma ser fiel ao seu horário;
E eu me torno um profano sudário, grafado em meu próprio delírio!
Um caos humano a viajar nas noites de meu sol;
Um estranho dentro de meu rol, alicerçando meus telhados;
Sou versos dilacerados, ilhados nesse noturno atol;
Eu sou o farol que pelas madrugadas norteia seus dias apagados!