TROCADILHOS DO AMOR

O que é preciso é esquecer o nosso rosto, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.Criamos o fogo, a velocidade, a nova alquimia,

os cálculos do gesto,

embora sabendo que somos irmãos.

Temos até os átomos por cúmplices, e que pecados

de ciência, pelo mar, pelas nuvens, nos astros!

Que delírio sem Deus, nossa imaginação!

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.

Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

O vento passa a rir, torna a passar,

Em gargalhadas ásperas de demente;

E esta minh'alma trágica e doente

Não sabe se há-de rir, se há-de chorar!

Desde que em mim nasceste em noite calma,

Voou ao longe a asa de minh'alma

E nunca, nunca mais eu me entendi...

Didiovieira
Enviado por Didiovieira em 23/07/2008
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