TROCADILHOS DO AMOR
O que é preciso é esquecer o nosso rosto, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.Criamos o fogo, a velocidade, a nova alquimia,
os cálculos do gesto,
embora sabendo que somos irmãos.
Temos até os átomos por cúmplices, e que pecados
de ciência, pelo mar, pelas nuvens, nos astros!
Que delírio sem Deus, nossa imaginação!
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.
O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente;
E esta minh'alma trágica e doente
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar!
Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voou ao longe a asa de minh'alma
E nunca, nunca mais eu me entendi...