Periferia
É madrugada, os cães ladram, rompe-se o silêncio
Passam na rua algumas almas que não se cansam
De bradar pelas esquinas em alta voz.
Penso comigo: será possível em altas horas o calar?
Não! Não, não tem por que se incomodar.
É a cidade, é a favela, é o paraíso,
Tudo tem preço, tem barulho, tem ruído.
Tem aventura, recomeço, e tem verdade
E o que me resta? O que me resta é a esperança
De um dia, ver todos, felizes no universo
Contemplando a simpatia da amizade.