O POETA E SUA SOLIDÃO





Em algum lugar de um lugar distante,
atrás da sua solidão opaca e fria,
o poeta está recolhido,
está abraçando suas pernas curtas,
aquecendo seu corpo no próprio abraço, encolhido,
acuado no seu canto de reflexões,
pensando numa forma de repensar a vida,
numa maneira de continuar a jornada,
esperando a cicatrização da ferida
que se abriu na sua inspiração.
O poeta está chorando agora.
O poeta não está triste, apenas
derrama seu pranto que desce rasgando
sua face como larva de vulcão.
O poeta se calou.
O poeta desencantou.
O poeta quer voltar a poetar,
quer voltar a desenhar palavras,
quer voltar a rabiscar papéis,
quer voltar para a poesia
e a poesia está à sua espera bem do outro lado
da montanha que se ergueu no caminho
do fazedor de versos,
do sonhador,
do menino,
do homem,
do garoto,
do poeta. Isso, do poeta.
O sol chegou.
O poeta começa a se desenrrolar
do seu corpo.
O poeta põe se de pé,
o poeta marcha...
Mas pra onde?
Pra quem?
Por quê?
Não sei.
Tudo que posso dizer é que nos
lábios do poeta tem um sorriso
desenhado
e que nos seus olhos
uma luz se acendeu!
luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 08/07/2008
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T1070633
Classificação de conteúdo: seguro