O CARDÁPIO DE AMANHÃ

Que temos para amanhã?

Sol a nascer na tua janela

lua quarto-minguante na minha.

Ausência de estrelas

à espera da noite

no bojo dos nossos bolsos vazios.

Teu e meu silêncio

interlúdio de calmarias

dessas perigosas

dessas antes dos ventos

a devastarem

terras

plantas

bichos

coisas

os possíveis

que não se tenta.

Faca no peito

rompendo a manhã

esvaindo o sangue

do nosso

dia a mais

dia a menos

mais um dia

esvaindo

a luz que resta

da lua

quarto-minguante

no cume da noite

das nossas

pretéritas estrelas.

04/agosto/2007

reescrita: 04/julho/2008