Só
Descontente da vida,
Fiquei a chorar
Por caminhos conhecidos, passei,
Não pude desviar de tanto amar.
A minha figura se esvaneceu
sentindo as mãos presas,
Abri os olhos,
Instantaneamente,
Vejo o azul que me cobria
E o negro que eu tinha como leito.
As árvores ao meu lado só galhos secos.
Há muito eu não via a água e
O sorriso dos amigos.
A prisão do corpo não me aflige.
Não consigo ser livre para que me vejas
Mas consigo fazer com que seus olhos me entendam.
Uma rala neblina é o suficiente
Para que eu não sinta a dor do corpo.
não esqueço os passeios com os amigos.
Os abraços de meus pais.
Meus irmãos sempre amei.
No jardim, sempre havia flores e rosas
Ah! era um aroma agradável de
Um lar feliz.
E agora me sinto aqui SÓ, apenas
a SAUDADE.
Mariângela Bharros Moraes - 25/08/1984.