Dia frio

É um dia frio. Congela a alma.

Na solidão de quem ama eu padeço.

Na esperança de quem sonha eu cresço.

É um dia frio. Há um vento gélido soprando.

Suave e arrepiador, uiva em meu ouvido.

Solidão. És tão mórbida e silenciosa.

Nada atrapalha tua concentração.

Nem o grito, nem a música, nem a multidão.

Nem mesmo o choro sofrido do coração,

É capaz de chamar sua atenção.

Silêncio, por vezes, teu nome é solidão.

Chove lá fora, e cada gota parece ter o peso de uma tonelada,

És tão morta que nem isso te incomoda.

És pior que o câncer. Lentamente se espalha no peito,

Deixando feridas incuráveis, tumores, podridão.

Nada sinto hoje, não me permites nem o sorriso, nem o choro,

Não tenho direito a nenhuma emoção,

Sua presença me afastou de mim,

Não posso ser eu,

Pois você é tão forte e intensa,

Que somos apenas uma.