CAMINHADA

Mesmo sem ter tempo, às vezes vivo. Havia um caminho sobre minha estrada, encontrei pegadas sobre meu caminho, e tinham rosas sobre minha estrada , haviam espinhos sobre meu caminho, espinhos que sobraram das rosas,pegadas que não levam a lugar nenhum.Terei que seguir sozinho, pois é meu este caminho.Afastar os espinhos, apagar as pegadas e continuar a caminhada.Esquecer o tempo e pisar avante.Pensar que no fim deste caminho eu terei ultrapassado esta estrada.E quem ainda procurar este caminho verá minhas pegadas, as rosas estarão secas, os espinhos mais agudos e eu mais adiante no final do meu caminho.Mas no final eu direi a um cego que havia um caminho sobre minha estrada, e eu amei este caminho,eu vivi esta estrada, eu sonhava com as freiras bem vestidas e com o cego maltrapilho, e com os pássaros que voavam sobre minha estrada , que era meu caminho.As vezes que caí,as vezes que chorei, chorei porque havia um caminho sobre minha estrada, nesta estrada haviam pegadas, neste caminho existiam rosas e nestas rosas espinhos. Mesmo sem ter tempo, às vezes vivo, porque passei neste caminho, ultrapassei esta estrada, encontrei pegadas, haviam rosas, e nestas rosas espinhos, eu chorei quando saí deste caminho, quando deixei esta estrada, no entanto ainda caminho sozinho.

Ramos Martins de Jesus Martins
Enviado por Ramos Martins de Jesus Martins em 26/05/2008
Reeditado em 26/05/2008
Código do texto: T1006756