CAMINHADA
Mesmo sem ter tempo, às vezes vivo. Havia um caminho sobre minha estrada, encontrei pegadas sobre meu caminho, e tinham rosas sobre minha estrada , haviam espinhos sobre meu caminho, espinhos que sobraram das rosas,pegadas que não levam a lugar nenhum.Terei que seguir sozinho, pois é meu este caminho.Afastar os espinhos, apagar as pegadas e continuar a caminhada.Esquecer o tempo e pisar avante.Pensar que no fim deste caminho eu terei ultrapassado esta estrada.E quem ainda procurar este caminho verá minhas pegadas, as rosas estarão secas, os espinhos mais agudos e eu mais adiante no final do meu caminho.Mas no final eu direi a um cego que havia um caminho sobre minha estrada, e eu amei este caminho,eu vivi esta estrada, eu sonhava com as freiras bem vestidas e com o cego maltrapilho, e com os pássaros que voavam sobre minha estrada , que era meu caminho.As vezes que caí,as vezes que chorei, chorei porque havia um caminho sobre minha estrada, nesta estrada haviam pegadas, neste caminho existiam rosas e nestas rosas espinhos. Mesmo sem ter tempo, às vezes vivo, porque passei neste caminho, ultrapassei esta estrada, encontrei pegadas, haviam rosas, e nestas rosas espinhos, eu chorei quando saí deste caminho, quando deixei esta estrada, no entanto ainda caminho sozinho.