Folhas ao vento

Desgovernada

segue contra a própria vontade

por caminhos que não traçou

que no mapa, jamais buscou

dançando em compassos no ar

Apenas vai...

carregada pelo vento, contrariada

tentando decifrar os ponteiros

de uma bússola imprecisa

que nortes e estações não marca 

 

Vê ao longe, seu galho outrora abrigo

o lar que acelerado afasta

como se jamais tivesse existido

Aguarda o impacto inevitável

onde a vida parece ter perdido

o sentido do saber e do amar

Porque em sua brevidade a vida

é como a dança de uma folha ao vento

De uma queda repentina, mil lamentos.

Mas o ela que não vê, ainda

é que mesmo caída, sua história vivida

Nutre a terra que a viu nascer

e fará surgir um dia

em muitos outros galhos

nova vida

Saulo David
Enviado por Saulo David em 07/04/2025
Reeditado em 07/04/2025
Código do texto: T8303896
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