Folhas ao vento
Desgovernada
segue contra a própria vontade
por caminhos que não traçou
que no mapa, jamais buscou
dançando em compassos no ar
Apenas vai...
carregada pelo vento, contrariada
tentando decifrar os ponteiros
de uma bússola imprecisa
que nortes e estações não marca
Vê ao longe, seu galho outrora abrigo
o lar que acelerado afasta
como se jamais tivesse existido
Aguarda o impacto inevitável
onde a vida parece ter perdido
o sentido do saber e do amar
Porque em sua brevidade a vida
é como a dança de uma folha ao vento
De uma queda repentina, mil lamentos.
Mas o ela que não vê, ainda
é que mesmo caída, sua história vivida
Nutre a terra que a viu nascer
e fará surgir um dia
em muitos outros galhos
nova vida