Incerteza
Deixo-me levar por esses dias, esses tempos,
por caminhos cheios de sombras, me enlevo.
Mesmo diante das incertezas angustiantes,
deixo-me levar, com meus desenganos e tédios...
Foram tantos os momentos, tantas as buscas!
Viver é isso! É respirar, é buscar, não se render.
Amores vem, tantos outros vão por esses ermos espaços.
Foram e são, muitas saudades pungentes e doídas.
Um tédio insípido e tristonha adentra a minha casa,
junto com essa angústia que vibra dentro de mim.
O mais triste é não esperar, prender-me ao desamparo.
Ah, quanta incerteza nessas noites que chegam mansamente!
Quanto tempo terei entre dúvidas e esses sonhos que não vem?
Olho-me no espelho, revelando traços dos meus devaneios.
Vejo meus sonhos embaçados, reflexo da minha miopia.
Vejo minha vida fugindo, como tudo que passa, passageira...
Derrama em mim esses momentos reflexivos, essas ausências.
Ausências sentidas, calada, torturante e minha plena rendição.
A vida nos tapeia, ilude, engana, em cada passo que damos.
É uma armadilha que a vida nos oferta. No fim, a incerteza é que fica...