Portal da existência

Quem vai dizer ao mundo,

vazio de almas

Você, você, você, você?

então diga ao mundo

De almas vazias,

o quanto é importante

a autonomia, a auto-suficiência,

a independência e o desapego

Que é decepcionante

passar por aqui

e não ver nada imperioso,

que se construa

de dentro pra fora

Mas diga que a beleza

é perfeita, potente, soberana, inconfundível e penetrante

espantosamente linda

A maldade é robusta,

poderosa e intrigante

nasce, germina e cresce

nos poros do desalinho

Que o choque

dos potes transbordantes,

de indiferença e insensibilidade

carregados por ombros

calejados, causam ruído

acido estridente

E a dança das mortes insinuantes anunciadas

movimentam o banco

das ambições venenosas

E que homens e mulheres,

circulam no bojo

de crendices e enganos,

em fila indiana

Que a ilusão da conquista,

são armadilhas aprisionantes

das consciências anestesiadas,

sacrificando a oportunidade

E a disputa para sobreviver

o querer e o não querer

o insulto da traição inapelavel

tumultuam o portal

fosforescente da existência