Não policie a escrita!
Não policie a escrita compartilhada,
Letras, palavras, contos, poesias,
Aqui no Recanto das Letras,
Não são moedas para críticos literários,
Cujo anonimato e pouca atenção,
Os faz querer aqui julgar e condenar,
Anotando, canetando, censurando,
Mensurando a qualidade de outrém,
Como fiscais da literatura alheia,
Contestando com hostilidade,
Usando de ameaças e acusações,
Para quê? Qual propósito?
Satisfaz egos frustrados?
Desabafa amarguras retidas?
Demonstra ressentimentos doídos?
Na falta de terapia para curas pessoais,
Desejam adoecer a quem não conhecem?
Parem! Não cabe patrulha ou ditadura,
Deixem de trelelê, está chato!
O Recanto é lugar de fluidez,
De sensibilidade, de liberdade,
Leia, goste, não leia, não goste,
Tanto faz, não há destinatário certo,
Escreve-se para um mundo diverso,
Para aqui, ali e acolá,
Construindo pontes e abrindo janelas,
Para todos e para ninguém,
Respeite e siga sua rima, sua métrica,
Olhe para si e deixe o curso dos demais,
Ocupe-se consigo sem se incomodar,
Longe dos olhos, longe do coração,
Não levante muros e guilhotinas,
Ser escritor não é destroçar outros,
Sem alma são rebocos bolorentos,
Cheios por fora, vazios por dentro,
Deixem a escrita se sobrepor às vaidades!