Pseudo-paixões.

Pseudo-paixões,

as paixões que não podem

ser consideradas paixões.

Ficaram apenas na mente,

divagando, remoendo habitações,

possibilidades dispersas,

perdidas em tempos de descobertas.

Cenários possíveis de uma mente inquieta,

mas que nunca chegaram à revelação.

Foram apenas imaginados, idealizados,

Cenas nunca vividas, nunca reais.

Ah, pseudo-paixões, tão vívidas, tão “verdadeiras”...

É possível sentir o toque,

o cheiro,

o pulsar de um coração que nunca ouvi

o gosto amargo do que nunca beijei

mas impossível saber se existiram ou se imaginei.

Pseudo — e ingratas — paixões,

nunca foram,

nunca serão,

mas perturbam minhas noites no colchão.

A pseudo, pseudo razão

de manter algo tão inútil

sempre aceso,

feito clarão

na caverna de Platão.

Miserável

imaginação,

desliga logo

ou

me peça

perdão.