Minhas inquietudes!

Ah, esses voos que a vida nos oferta!

Nascemos! De repetente nascemos e pronto!

Derrama-se sobre cada um de nós,

esses privilégios de existir e ser...

Por que não somos crianças sempre?

Crianças tão cheias de esperanças e sonhos!

Não há tortura ou rendição nestas infâncias...

Há passos errantes! Também há esperanças e sonhos.

Vamos! Pode ser que existam medos, temores, angústias,

além dos olhos dessas crianças, além dos seus sonhos.

Ainda assim, vamos refazer nossos passos nesse caminhar!

Esqueçam as guerras, as intolerâncias, essas torturas!

Com o privilégio de termos nascidos, sigamos novas veredas!

Vamos reinventar nossos amores, nossos amigos, nossos clamores.

Vale a pena, ainda que diante desse tímido protesto...

Chega desses lugares comuns, dessa insensatez diária.

Estou cansado desses medíocres que governam o mundo!

Governam?

Ah, como deveríamos ser sempre crianças, cristalinas e transparentes,

onde os sonhos são simples, os sentimentos são puros!

Quem sabe voltarmos mais para a natureza,

a natureza dos homens, na riqueza dos seus silêncios,

no simples gesto de acariciar um animal adormecido,

nas poesias que exalam em cada canto, em canto ignorada...