Veneno
Veneno
Muitas vezes desejamos
Coisas que nem queremos
Tralhas amontoamos
Sorvemos alheios sonhos
Dos quais nem sequer vivemos.
Transpomos diversos muros
Para em nenhum lugar chegar
Caminhamos no escuro
Querendo ter um futuro
que já deixamos pra trás
Andamos por espinhais
Sobre espinhos que plantamos
Cruzamos por pedregais
Perturbando a própria paz
Que devíamos estar buscando.
Somos nossos inimigos
Nunca nossos defensores
Se em nós não temos abrigo
Qualquer um que anda consigo
Serão sempre seus senhores
Se olharmos para dentro
Ao invés de olhar pra fora
Nosso rumo não perdemos
Nós livramos do veneno
Que mata, enterra e não chora.
Ladislau Floriano