Curvas da Vida
Tão repete este sol, a lua que brilha de solidão, a beleza que nunca cansa.
E os olhos meus bem carnais, só contemplam um tanto curto.
Ontem, lembrei da flor, agora dói o espinho.
Este hoje só machuca, remete me à nunca mais.
Que feios lugares tão belos, fui tão cego, um néscio de vendas.
Ouço num instante a canção de menino, e ao abrir as pálpebras, sou resquício de lembranças.
Oh, caco de quebra , como barro de telha velha, uma estória enterrada.
E sob o escombro de resto, resta fingir me feliz.
Olhei pra trás, não notei na curva que só mentiu.
Tão repete este sol...
João Francisco da Cruz
27/03/2025