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o barulho dos pensamentos
acorda-me na madrugada
são repetitivos
como discos quebrados
como refrão de uma só música

 

espanto-os com perceptibilidade
mas eles  se insinuam
entre os meus Pai-Nossos
e Ave-Marias ...

sombras dos meus próprios ecos
que se desenham nas paredes
sussurrando segredos gastos

 

atormentam-me até que me levanto
num passeio noturno a procurar o equilíbrio

e em meus passos meio tontos
quando meus pés  pisam nos ladrilhos frios
clamam pela minha lucidez

 

deito-me novamente no aconchego das cobertas

e por mais que queira ignorar esses ecos
sorrio - pois ali estão eles - sonoros

entre uma noite e outra
embaixo de meu travesseiro macio
a me contar as mesmas histórias
que já sei...

 

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 27/03/2025
Reeditado em 27/03/2025
Código do texto: T8295567
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