o barulho dos pensamentos
acorda-me na madrugada
são repetitivos
como discos quebrados
como refrão de uma só música
espanto-os com perceptibilidade
mas eles se insinuam
entre os meus Pai-Nossos
e Ave-Marias ...
sombras dos meus próprios ecos
que se desenham nas paredes
sussurrando segredos gastos
atormentam-me até que me levanto
num passeio noturno a procurar o equilíbrio
e em meus passos meio tontos
quando meus pés pisam nos ladrilhos frios
clamam pela minha lucidez
deito-me novamente no aconchego das cobertas
e por mais que queira ignorar esses ecos
sorrio - pois ali estão eles - sonoros
entre uma noite e outra
embaixo de meu travesseiro macio
a me contar as mesmas histórias
que já sei...