O LAÇO INVISÍVEL DA EXISTÊNCIA
Quem somos nós, sem fronteiras,
Perdidos no céu sem fim?
Sentimentos—brisas soltas,
Espalham-se dentro de mim.
Quem somos nós, se a ferida
É forjada em emoção?
Se no pranto que nos guia
Ecoa o mesmo refrão?
Quem somos nós, caminhantes,
Neste espaço imensurável?
Culturas moldam caminhos,
Mas a alma é inabalável.
Olhar o outro e senti-lo,
Ser ponte em vez de abismo,
Respeitar sua dor, ouvi-lo,
No murmúrio do humanismo.
Se sozinhos nós nascemos,
Por que ao amor nos lançamos?
Que mistério nos invade
No abraço que eternizamos?
Talvez além do presente,
Onde a lógica se desfaz,
O sentido inexistente
Seja o elo que nos faz
Enxergar na dor do outro
O reflexo do que somos,
E entender que o encontro
É o laço que construímos.