TEMPO DE SER
Há um tempo de ser
e um tempo de não ser.
Houve um tempo em que eu não era,
caminhava sem ver,
seguia sombras,
ouvia vozes que não me pertenciam.
Hoje, sou.
Não mais que ninguém,
apenas desperto para um outro olhar,
uma nova estrada
onde os passos fazem sentido.
Integro-me a um todo mais amplo,
onde o véu se desfaz
e as perguntas encontram
um chão mais firme.
Às vezes, o que fui e o que sou
se encaram como estranhos,
duelam na fronteira da consciência.
Mas o ser avança,
vence,
se impõe como verdade.
Será isso maturidade?
Ou apenas o fluxo inevitável
do tempo de ser?
Tião Neiva