UMA PERCEPÇÃO NOTURNA

Ganhe o presente,

um grande desfecho,

se você pedir:

“Quero acordar vivo.”

(tome essa decisão,

e salve sua rotina);

ou

“Não vou acordar.”

(o que exigi uma série

de concessões).

Imagine as concessões

e ouça quieto as queixas,

de quem sabe

o que você não fez.

Não era ficar rico,

polemizar,

aceitar aquela ajuda.

Não era demorar tantos anos

para perdoar alguém.

Você deixou sim

de pensar no que era evidente;

no que era preciso em toda sua exatidão.

Foi quando a matemática se perdeu

e você se perdeu também.

E agora há pouco tempo para entender,

esse cálculo profundo:

“ O que alguém em vida

pode fazer ou desejar

que evitaria o erro principal?”

Então responderão,

deixando-te com mais dúvidas:

“Ora, bastava não acreditar em Deuses,

mas acreditar na substância,

em tudo que era potência,

tudo que era carnoso para o mundo

e que certamente te levaria à liberdade”.

“A liberdade ocorreu

tão poucas vezes em sua vida,

Vamos lhe mostrar então...”

Você, de súbito, acorda.

Salvou a própria rotina.

Mas agora finalmente carrega,

uma franca questão.

Paulo Fontenelle Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle Araujo em 24/03/2025
Reeditado em 03/06/2025
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