Óscio

Chora a falta da cor, geme um cinza de arcaico.

Mentem as molduras de barganha, a última tinta já não mente.

Desliza em alma e pincel, cada dedo de um deus, e estes competem se.

Perdi o sono olhando da janela, quando dei conta, um estopim de ego velho.

Um óscio de canteiro, vendo flores todo dia, e um sol que fustiga a beleza.

Graça de tolo num domingo de mesmisse.

A roseira pede arrego do chato jardim.

Ansioso para ver a notícia da guerra, quase um orgasmo de sangue.

No tédio que massacra, como a comida da boca do outro e arroto preguiça.

A cadeira desta sala está cansada.

Vi o por do sol numa pintura de criança, o nascer é outra morte.

Chora a falta da cor...

João Francisco da Cruz