A dança do Tempo
A vida é um fio que nos foi tecido,
Em casa, a bordar, sem pressa ou receio.
Quando se vê, o instante já é partido,
E o relógio murmura horas sem desejo.
Meia-noite, sexta-feira, um ano, um dia,
Tudo se esvai, sem pausa, sem demora.
Agora é tarde, a chance se perdia,
E a vida, que era tanta, já não sobra.
Mas se um dia outra chance me surgisse,
Nem olharia o tempo a me rondar.
Seguiria em frente, leve, sem cilada,
E as horas, como cascas, eu jogaria,
Douradas, inúteis, a se perder no ar.
O tempo é um rio que não cessa o fluxo,
Carrega sonhos, memórias, paixões.
Mas na corrente, há um segredo oculto:
Viver é dançar nas suas próprias mãos.
Cada instante é um verso, uma canção,
Um compasso que ecoa no infinito.
E na dança do tempo, a emoção
É o que nos faz sentir plenamente vivo.
Então, que sigamos, sem medo ou receio,
No ritmo do tempo, no compasso do ser.
Pois a vida é breve, mas o amor é eterno,
E no fim, o que resta é o que soubemos viver.