ACALANTO
Meu primeiro verso de amor...
Ah, meu primeiro verso
invadindo a rua
bem à frente do carro
aonde eu divertida
sorria das tolices
que alguém
mais tolo ainda
aos meus ouvidos dizia...
Meu primeiro verso de amor...
Ah, meu primeiro verso
todo seriedade
rosto amadurecido
voltado para meu lado
um segundo
uma eternidade
pelo caminho desgosto
que não acabava mais...
Meu primeiro verso de amor...
Ah, meu primeiro verso
infinito poema
intensidade expressa
despertando o próprio sol
que acordou rasgando nuvens
e depressa mais que depressa
tomou a tarde nos braços.
E tudo se iluminou!
Meu primeiro verso de amor...
Ah, meu primeiro verso
olhar inusitada visão
frustrada carícia
olhar dança do tempo
olhar sino a tocar
só por tocar...
“Assim se passaram dez anos”...
Cruzou a ru(a)final!