O Teatro no espelho da alma

Todos nós usamos máscaras,

Fingimos estar bem quando não estamos,

Fingimos ser especiais quando não somos,

Fingimos crer que o universo ou divindade tem um plano para nós,

Mesmo que isso seja a narrativa mais irracional,

Fingimos amar a quem não amamos, por interesse,

Fingimos que quem não nos ama irá nos amar, por medo da frustração,

Fingimos todo o tempo,

Usamos máscaras nas redes sociais,

Alguns com tantos filtros e maquiagem,

Fazendo inveja aos melhores maquiadores de Hollywood,

Como tolos achando que seremos perdoados no mundo real,

Que seremos acolhidos em nossas feições sem maquiagem...

Máscaras são símbolos,

De poder, de resistência, de autoengano,

De ilusões, de medo, de verdades escondidas,

Não há lugar mais coerente para as máscaras do que o Teatro,

O Teatro, seu palco, seus enredos,

Do roteiro dramático entre comédia e tragédia,

Do cenário ao pano de boca,

Do vestuário à iluminação,

Entre ficção inspirada na realidade,

Entre a mentira necessária e a verdade insuportável,

O Teatro é uma catarse da vida,

Uma filosofia profunda transposta em encenações,

Quer seja engraçado ou nos leve às lágrimas,

Torna nossa realidade palatavel,

Nos faz esquecer por um breve momento de que nós também somos atores,

Nos concede a leveza de 1 ou 2 horas,

Quando nos desligamos do mundo real,

Do físico que nos consome como produtos,

Para usufruirmos do entretenimento,

O Teatro é o espelho de nossas almas,

Que de tão fingidor, às vezes mostra a realidade do que somos,

Mesmo que o grande público finja,

Finja enxergar somente o deseja ser e ter...