POEMA DA FINITUDE

 

O ruído de folhas pisadas

Ou do gotejar intermitente

Rompem o silêncio da madrugada

Nos recantos sombrios

Onde o infinito recolhe as estelas mortas

Atapetando a trilha com suas cinzas

De um caminho a percorrer sem pressa

O tempo estacionado aguarda pacientemente

 

As folhas emudecem

As gotas se calam

A lua adormece

O sol se esconde

A madrugada adentra o infinito

As cinzas fecundam flores

 

Ele abraça o tempo ao fim da jornada

Exalando o último suspiro.