“QUANDO ENVELHECER”.
Quando envelhecer!
Já não quero fazer tantos compromissos,
E nem ter preocupações quanto a isso,
Sem sono ver os meus olhos secar!
Quando envelhecer!
Que meus passos declinarem na lentidão,
E sentir que bater mais leve o coração,
Pelas certezas dessa estrada terminar!
Quando envelhecer!
Não quero mais as fadigas do dia a dia,
Embora seja essas a música na nostalgia,
Que se gravou em mim todo esse tempo!
Quando envelhecer!
Que a canseira, for empecilho na jornada,
Grande obstáculo do fim da caminhada,
E não tropeçar seja o maior tormento!
Quando envelhecer!
Que os moedores forem falhos e amolecidos,
E que os seus irmãos houverem se perdido,
Der lugar, a difícil e precária degustação!
Quando envelhecer!
Que o paladar me for amórfico e insosso,
E que minha sustança, seja-me enrosco,
E as minhas vontades meras obstrução!
Quando envelhecer!
Que a visão clara tornar sê-me embaçada,
E claridade do dia, por nuvens for tomada,
Me entristecendo o coração tal avarias!
Quando envelhecer!
Quando o desalento achar a minha porta,
Regando a esperança um tanto quase morta,
No picadeiro da consternação e melancolias!
Quando envelhecer!
Que o respirar tronar-se inóspito e ofegante,
Que precise dos esforços, já inoperantes,
E a oxigenação, cerebral por tudo necessária!
Quando envelhecer!
Que a audaz bravura, for em mim barreiras,
E careça de habilidade pra vencer ladeiras,
Pelo fato das forças, me forem precárias!
Quando envelhecer!
Já sem a doce juventude a muito apreciada,
Apenas agradecido por tantos anos de jornada,
E pela experiencia ter vencido a timidez!
Quando envelhecer!
E que na flacidez da pele, nascer enfim as rugas,
Que pra subir o morro, carecer pedir ajuda,
E em tudo isso, contar com a lucidez!
Quando envelhecer!
Apenas ter por perto, aquele que me ama,
Aquecendo- me os dias de solitária cama,
Imprimindo em meu ser sem vaidades!
Quando envelhecer!
Retribuir a tal querer exatamente assim,
Com puros sentimentos, sem atentar o fim,
Na grata sensação, de tudo ser verdade!
Quando envelhecer!
Que todas minhas amizades forem poucas,
E aquela voz potente, seja fraca e rouca,
Ao discorrer que se aproxima tal final!
Quando envelhecer!
Que sábias palavras fluam-me do interior,
E dos bons conselhos, emerja o meu louvor,
Drenar as lágrimas, de um não viver banal!
Cbpoesias.
18/03/2025.