OUVIR
Melhor ficar em silêncio enquanto outros falam, pois, os genes, também, são silenciosos, a menos que sejam ativados. Se enxergamos com os olhos abertos e escutamos com os ouvidos em alerta, por que não pensar com a mente aberta e a boca fechada?
Melhor ficar em silêncio, quieto a escutar,
Enquanto o mundo insiste em não parar.
Os genes também dormem, calados, serenos,
Até que a vida os chame, em segredos mais plenos.
Os olhos veem o mundo, cores a vibrar,
Os ouvidos captam vozes, sem se intrometer.
Mas a mente, ah, a mente, pode divagar,
Se a boca se calar, sem querer interceder.
Pois pensar é um rio que corre em segredo,
Um jardim interno, florido e completo.
E o silêncio, mestre, sábio e discreto,
Ensina a ouvir o mundo, sem medo.
Então, deixa que falem, que gritem, que digam,
Tu, quieto, escuta, sem pressa ou aflição.
Pois no ouvir atento, a vida se intriga,
E o silêncio revela a mais pura canção.
No silêncio que habita o fundo da alma,
Ouvir é mais que escutar, é sentir a calma.
É captar o murmúrio do vento a sussurrar,
E no eco distante, segredos decifrar.
Os sons do universo, tão leves, tão breves,
Dançam nos ouvidos como folhas na neve.
O canto dos pássaros, o rio a correr,
São vozes da vida que nos fazem crescer.
Ouvir é abraçar o que não se pode ver,
É sentir o pulsar de um mundo a nascer.
É na quietude que o coração se revela,
E a essência do ser, pura e singela, se desvela.
Não basta ouvir só com os ouvidos atentos,
É preciso ouvir com os sentimentos.
Pois a verdadeira escuta, rara e profunda,
É a que transcende e no silêncio se funda.
Então, cala a boca, abre o coração,
Deixa que o mundo te fale, em doce canção.
Pois no ato de ouvir, sem pressa ou temor,
Encontramos a paz, o amor, o valor.