Cadeira de balanço

Como senhora das antigas,

Na antiga cadeira de balanço,

Entrelaçando um fio - um só fio:

Realização e frustração.

Mãos deformadas

E pintadas pelo tempo que faz arte,

Trabalham com duas agulhas:

Realização e frustração.

O vaivém, para frente e para trás,

Balanço repetitivo, hipnótico,

Sem sair do lugar,

É um aviso de que

Inevitavelmente

O inverno se aproxima.

E está tudo bem!

Quando ele chegar,

Ela estará aquecida.

Em seu ombro, xale puído.

Em seu colo, cobertor de lã.

Lorena Lira
Enviado por Lorena Lira em 10/03/2025
Reeditado em 11/03/2025
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