EM ALTO MAR
No Caribe
velejei
três noites
em mar manso.
Icei as velas
possíveis
do meu peito.
Vi sertões
em alto mar,
pelejas
e solidões.
Na piscina
uma menina
sai da água
com o maiô folgado
e a água escorre
e nos inunda.
Vi gente
escorregando
na poça d’água
e se segurando
no sorriso da moça
que passava
ao fundo.
O navio
flutua leve
e o balanço
das ondas,
como cantiga
de ninar,
suporta
o seu peso
férrico.
Nessa
noite aprendi
que o mar,
a escuridão,
as estrelas
e a saudade
são universais.
As quilhas
da modernidade
e do consumo
rasgam os mares…
Vazios de risos
e alegrias
sobram
no espaço.