EM ALTO MAR

No Caribe

velejei

três noites

em mar manso.

Icei as velas

possíveis

do meu peito.

Vi sertões

em alto mar,

pelejas

e solidões.

Na piscina

uma menina

sai da água

com o maiô folgado

e a água escorre

e nos inunda.

Vi gente

escorregando

na poça d’água

e se segurando

no sorriso da moça

que passava

ao fundo.

O navio

flutua leve

e o balanço

das ondas,

como cantiga

de ninar,

suporta

o seu peso

férrico.

Nessa

noite aprendi

que o mar,

a escuridão,

as estrelas

e a saudade

são universais.

As quilhas

da modernidade

e do consumo

rasgam os mares…

Vazios de risos

e alegrias

sobram

no espaço.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 27/02/2025
Reeditado em 10/05/2025
Código do texto: T8273713
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