Pudera hoje, não amanhã (I)
Bem que eu pudera,
Ter falado, escrito, cantado
e, até proclamado ao mundo.
Ah! Se eu pudera,
Teria sido sincera,
Pra viver essencialmente,
Quem de fato sou,
Sem preocupar-me
com as vãs impressões,
Às vezes sou frágil como um vidro,
Profunda como um oceano,
Silenciosa e seca como um deserto.
Em épocas de ventania,
As folhas caem
E os galhos permanecem,
Sou fascinada pelo frescor da madrugada,
E da introspecção do nascer do dia,
Sou encantada pelo silêncio,
E quando a natureza,
entoa seus cânticos,
O tempo chuvoso,
é altamente filosófico,
Ao anoitecer,
o vento é a calmaria,
E as estrelas
sorriem pra mim.