Reflexão dos meus 5.8
Cinco e oito
inicio de um coito
prenúncio de parto
que hoje reparto
uma infância perdida
entre gritos e batidas
-guarde a lágrima-
Haverá um tempo para ela
Adolescência em guerra
Desbravando a terra
Cavando mais fundo
Buscando o mundo
- interior -
Tudo ficou mais confuso
A dor, o tremor, o ar escasso
duas vias, um fato
quebrar as máscaras
mergulhei noutro mundo
- Inércia -
Um estado bendito
que leva ao infinito
Do vazio existencial
Bendito seja o que te faz evoluir
Volto a infância
Curo a criança
Conheço o perdão
Olho pro lado
dois pares de olhos arregalados
Ele cinco, ela oito
em suas mãos, meu coração
Me agarro na vida
Começo a subida
De alma ferida, viro falcão
E trilho caminhos
me arranho em espinhos
em meio a névoa
já carrego a paz
Hoje, eu, cinco e oito
um ao lado do outro
contam minha historia
carregada de memorias
sem dor ou desassossego
Tenho três frutas maduras
Que não caíram longe do pé
Mas eu, a cada dia ajudo
tirar um bicho da casca
porque aprendi que é
assim que o ser se descasca
Que se desata nó a nó
Pra se poder alçar voo
antes de virar pó