“QUE DIZER DO TEMPO!”
- Que dizer do tempo!
Que é um ser despudorado,
E que não fica encarcerado,
Que passa e sempre vai em frente,
E que não se importa com a gente,
Nem sente afeição por ninguém,
Tudo corrói,
Tudo destrói,
Quer alguém viva mal ou bem!
- Que dizer do tempo!
Sendo esse ser forte e teimoso,
Ente imponderado e audacioso,
Sendo ser mesmo imprudente,
E que faz germinar as sementes,
Embora não se assombre com nada,
Desgasta as vidas,
E sara as feridas,
Que apaga as marcas deixadas!
- Que dizer do tempo!
Que é como viajante inconstante,
Que jamais teme os agravantes,
É um ser que não conhece cansaço,
Mas que pega todos como um laço,
E nunca poupará os descuidados,
Grande cobrador,
Extremo revelador,
E que mostra o que foi ocultado!
- Que dizer do tempo!
De um ser que não aceita correção,
E que por ninguém sente afeição,
Potente ser que a tudo consome,
E que não teme a nenhum homem,
Segue cumpre à risca o seu papel,
Mestre aplicado,
Seja certo errado,
Tempo é sempre um ser muito fiel!
- Que dizer do tempo!
Esse ser que altera nosso destino,
E também mostra os desatinos,
De muitos de tantos neste mundo,
Quer sejam alegres ou moribundos,
Mostra no momento adequado,
A tudo envelhece,
Os fortes perecem,
É um ser que não manda recado!
- Que dizer do tempo!
É um ser que aqui passa lentamente,
E que não retrocede e nem mente,
Para ele não existem caras fechadas,
Não teme as pedras das estradas,
Trata-se aqui de maior excelência,
O senhor da razão,
Não espera ocasião,
Faz suas cobranças sem exigências!
- Que dizer do tempo!
Um ser infatigável e indiscreto,
Que não sente ódio nem afeto,
Pois leva as forças do homem,
E aqui tudo enfim consome,
Serenas a dor da nostalgia,
Abate o valente,
Pune o imprudente,
E para ninguém dá anistia!
Cbpoesias.
27/01/2025.