Pretenso
Este é o melhor
poema da lapidação (vã),
pois o batear (enigma aos meus pés convulsos)
se mostra na estranha morte da ilusão.
E a ilusão,
essa menina de beleza pálida e falsa (cristal),
é o resto das luzes
que me lembram
o entardecer tremulante do Leblon (Brasil pretenso).
O Morro do Vidigal faísca,
no que o sol apenas glamouriza um pouco,
pois a vida
é o despertar do outro lado
de uma cidade sem sal, sem praia, sem mar.
O poema é pretenso
como a ruína destes tempos
em que o diapasão da tarde, o despertar, a bateia, o talento,
pouco importam.