O banquete do lucro

Nas prateleiras, o brilho engana,

promessas doces em rótulos ocos.

Açúcares disfarçados, veneno em gotas,

a saúde vendida em pacotes rotos.

O trigo é moído, mas não para pão,

vira cola plástica no organismo

Milho transgênico, dourado engano,

em cada grão, o peso do dano.

Cores artificiais, sorrisos pintados,

nos anúncios, corpos falsificados.

Mas no prato, a verdade amarga,

um sistema que a todos descarta.

O animal confinado, vida esquecida,

na esteira da carne, a morte é medida.

E no mar de plásticos, peixes sufocam,

o lucro engole o que os ventos tocam.

E nós, cegos no banquete de oferta,

comemos futuro em porções desertas.

A terra grita, o solo é ferido,

o alimento se torna um inimigo.

Quando, então, faremos a escolha,

de plantar justiça, colher aurora?

Que o prato seja campo de revolução,

um grito de vida em cada refeição.

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 18/01/2025
Reeditado em 18/01/2025
Código do texto: T8244508
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