VOO LIVRE

A pedra

do Meio do Caminho

de Drummond

era de fato pedra,

pedregulho

ou seriam seixos?

A “Terceira margem do rio”

de Guimarães Rosa,

onde ficaria?

A falta

da ideia exata

sobre uma ave,

pássaro

ou passarinho,

tiraria a beleza

do voo?

A exatidão

mata a metáfora

e poesia é

“voar fora da asa”,

diria Manuel de Barros.

A ideia e a rítmica

nos fazem absortos

e nem nos perguntamos

sobre o sexo dos anjos.

Talvez

o pássaro azul

nem tenha gênero

ou espécie,

somente voe.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 15/01/2025
Reeditado em 15/01/2025
Código do texto: T8242202
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