Fragmentos de um mundo invisível
Este poema mergulha profundamente na experiência de sentir-se invisível em um mundo que não reconhece ou valoriza a sensibilidade e a complexidade interior de um indivíduo. A autora utiliza metáforas como "um universo de estrelas" e "rios profundos" para ilustrar a riqueza interna que permanece oculta aos olhos alheios.
Filosoficamente, o poema aborda temas existenciais relacionados à identidade, comunicação e isolamento. A luta entre "ser e se ocultar" reflete o dilema humano de buscar autenticidade em um ambiente que frequentemente desencoraja a expressão plena do eu. A "guerra dentro" simboliza o conflito interno entre o desejo de se expressar verdadeiramente e o medo da rejeição ou incompreensão.
Além disso, a obra toca na questão da percepção e da empatia, destacando como as "fragilidades" e as nuances emocionais de uma pessoa podem ser negligenciadas em uma sociedade apressada e superficial. A busca por "um espaço onde possa ser eu" representa a necessidade humana fundamental de aceitação e pertencimento.
Em essência, "Fragmentos de um mundo invisível" convida à reflexão sobre a importância de reconhecer e valorizar as profundezas do mundo interior de cada indivíduo, promovendo uma maior compreensão e conexão humana.
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Dentro de mim,
um universo de estrelas,
Que brilha em silêncio,
ofuscado pela névoa,
Minhas ideias são
rios profundos, e elas
Correm sem fim,
mas quem as percebe,
se a mente é uma aldeia cega?
Eu tento falar,
mas minhas palavras
são fragmentos,
Elas se perdem na vastidão
do mundo comum,
Fico presa entre minhas
emoções, meus pensamentos,
Na solidão de um espaço
onde ninguém vê o que sou,
em nenhum.
Minhas habilidades
são como asas,
que ninguém enxerga,
Sou sensível como
uma flor em tempestade,
Mas em um mundo apressado,
onde tudo se aterra,
Minhas cores são sombras,
e meu brilho é saudade.
Eles não ouvem, não veem,
não entendem a complexidade
De um ser que é mais,
mas se sente perdido,
Tentando se encaixar
em uma realidade
Onde as palavras
se despedaçam,
e o que é sutil,
é esquecidos.
Há uma guerra dentro,
entre ser e se ocultar,
Entre querer voar
e ficar amarrado no chão,
Entre mostrar e temer
o olhar que não sabe amar
As fragilidades que habitam
minha própria emoção.
E assim, sigo falando
em sussurros e silêncios,
Tentando encontrar
um caminho entre os muros,
Buscando um eco, um som,
entre os desatentos,
Um espaço onde possa ser eu,
sem os embaraços,
mas verdadeiramente.