CABEM NO BOLSO DE UM PALETÓ OU NA BOLSA DE UMA MULHER...

Há tanta coisa que cabe

no bolso de um paletó

ou em bolsa de mulher.

E ainda há quem não sabe

- e isso é de fazer dó -

que não se vive como quer.

No bolso de um paletó

cabem: lenço, pente, carteira,

uns papéis, poesia, chiclete.

A estrutura de um rondó,

sonhos e qualquer besteira,

palito, bala e canivete.

O bolso de qualquer homem

carrega muitos mistérios;

uma infinidade de coisas.

Evidências que o consomem,

que geram paz, impropérios:

umas emoções imprecisas.

Já na bolsa de uma mulher

cabem: grampo, presilha, laço,

espelho, blush e batom.

E não se mete a colher

pra não causar embaraço

onde há própolis e bombom.

A bolsa de qualquer mulher

também é um esconderijo,

mas revela personalidade.

Tem peças íntimas e requer:

cuidados! Se erro, me corrijo!

Tem bugigangas, instabilidade.

A disputa é forte e intensa,

pra saber onde cabe mais

se no bolso ou se na bolsa.

Como o crime não compensa,

esqueça! Não pergunte jamais

à mulher, o que ela embolsa.

Pensemos num item prático

que transporta conhecimento:

o livro em formato de bolso.

Não se pode ficar estático

e perder o melhor momento:

todo livro propõe reembolso.

Cabem no bolso de um paletó

ou na bolsa de uma mulher,

tanta coisa, ó meu amigo.

Até simples jogo de dominó

cabe pra quem sabe acolher

o lazer como bom abrigo.

Que independente dos meios

mesmo sem bolsas ou bolsos

homens e mulheres encontrem.

Pensamentos, ideias, livros,

poesias que abram calabouços

e pelas nuvens se alastrem...

Nova Friburgo, 18/12/24 (6:57hs).