Eu e tantos outros

Sou meu avesso

Não sou o que vejo no espelho

Nem aquele que se reveste de mim

Estranho no meu ignorado outro eu

Tateio as paredes em busca de mim

Um eu estrangeiro, desconhecido

Que se refaz a cada instante dessa existência

Tantos eus habitam esse corpo, esse amontoado de nervos e músculos

Transito por tantas vias/existências

Posso ser um e tantos quantos posso querer

Uma flor, Pequena?

Aceita essa flor e talvez

Eu me realize nesse gesto tão simples e tão nobre

Tantos quantos eus quero ser, eu que sou tantos. E de tantos que sou, não me reconheço

Descoberta inóqua, diria, talvez, Foucault

Mas não mudaria nada

Os dados foram jogados

A roleta gira

Só resta esperar o resultado