RESTO DE NADA (19/10/2012) Poesia de AcquaCury de Ratanabá, Republicada em 16 de dezembro de 2024
Eu observo que você finge me querer
Mas na verdade você não quer nada
E vejo que é pura bobeira falar que te amo
E que te quero para ser minha amada
Enquanto te chamo e te espero
Você aí aprontando com essa cara pelada
Depois vem dizendo que sou ignorante
E que não devo ficar de cara fechada
Será que sou tão inútil e mereço somente
O resto de uma mulher atrapalhada?
Ou devo recomeçar e rever meus conceitos
E procurar outra namorada?
Há aqueles que dizem que é melhor o resto
De uma mulher linda e safada
Mas eu prefiro te deixar e te esquecer
Pois não consigo querer o resto de nada
É como uma abóbora madura
Lançada no chiqueiro para a porcada
É como a cana no engenho
Onde fica seu caldo e segue esbagaçada
É como laranja madura que vira mamucha
Depois de espremida ou chupada
É como embalagem descartável e irreciclável
Não pode ser reaproveitada
Eu quero mesmo é ser exclusivo
Se você acha que sou bobo
Está muito enganada
Eu não quero o resto de seu tempo
Nem o resto de seus beijos
Dessa boca babujada
Eu não quero o resto
De uma mulher bandida
Com suas desculpas esfarrapadas
Eu não quero o resto
De um corpo judiado
Eu não quero mesmo
É o resto de nada
Ratanabá, Amazônia, Brasil, 16 de dezembro de 2024.
AcquaCury de Ratanabá
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