Filho meu
Filho meu, ouve o lamento do céu,
O sacrifício de Cristo, o amor que se deu,
Na cruz, Ele ensinou o perdão e a dor,
Mas tu ainda te perdes, sem ver o amor.
O sangue de Cristo derramado por ti,
Não foi por vaidade, nem por poder, nem por fim,
Foi para que soubesses, para que entendesses,
Que no amor ao próximo a vida floresces.
Mas vejo, filho, tu ainda te apegas
A imagens, a símbolos, a falsas entregas,
Achando que a fé é só o que se vê,
Mas o verdadeiro amor vai muito além de um ser.
Tu adorais o ouro, o poder, o prazer,
Mas esqueces o que é essencial: saber viver.
No dinheiro, na política, no corpo, no querer,
Te perdes de mim, e nem percebes, a sofrer.
Onde está a compaixão, onde está a mão estendida?
Onde está o amor que, na cruz, foi a vida?
Ainda preferes a mentira, a dor sem sentido,
A matar o outro e te achar convencido.
Mas a idolatria, filho, não é só na imagem,
Ela está na mente, no coração, na passagem
Da vida sem sentido, onde o ego é o rei,
Onde se esquece o outro, e a humanidade se desfez.
O amor ao próximo não é mais ensinado,
O perdão não é mais dado, o coração está calado.
Tu não aprendeste, filho, a lição da cruz,
Porque em teu coração ainda falta a luz.
Volta para mim, volta ao caminho,
Deixa a mentira, abandona o espinho,
Ame, perdoe, seja compaixão,
E só assim encontrarás paz no coração.