Em Silêncio, Amando a Distância
Num vale de casas, onde o tempo se arrasta,
Mora um sonho, em olhos que a noite não basta.
Ela, flor que ilumina a rua cinzenta,
Ele, um poeta tímido, preso em sua mente.
Atrás da janela, um olhar que se esconde,
Um coração que pulsa, mas a voz se responde.
Palavras presas em versos que não saem,
Medo de ferir, de se aproximar demais.
Em um mundo frenético, onde o toque se perdeu,
Um simples olhar pode ser mal interpretado,
E o amor, antes leve, agora se tornou um fardo,
A liberdade, um refúgio tão desejado.
Ela, que um dia o convidou para sair,
Encontrou um não, frágil como papel.
Um avô com Alzheimer, a TV a unir,
E a solidão, um amor que ele não pode quebrar.
E assim, a vida segue, em um eterno vai e vem,
Entre o querer e o dever, o sonho e o que tem.
O amor, aprisionado em versos e silêncios,
Floresce e murcha, em um coração sem licenças.
Mas em cada noite, a lua é sua testemunha,
E as estrelas, cúmplices de sua poesia.
Pois amar em silêncio, é uma arte sublime,
Um refúgio seguro, em um mundo tão conturbado.