A SIRENE Código do texto: T8205203

O texto expressa uma profunda insatisfação e angústia com a situação atual do país, abordando temas graves como a criminalidade, a ineficiência dos serviços públicos, a violência contra as mulheres e a carga tributária.

Essas reflexões são comuns e legítimas, dado o contexto em que vivemos.

A música pode ser uma poderosa ferramenta de protesto e expressão, permitindo que as emoções e pensamentos sejam compartilhados de uma maneira que ressoe com outras pessoas que podem sentir o mesmo.

TÍTULO: A SIRENE Código do texto: T8205203

Os dias passam e os olhos veem,

O que acontece, a dor que vem.

Choro e analiso, na cadeira me sento,

Deixo fluir, o que há aqui dentro.

É o roubo do dia a dia,

A sirene que avisa,

Delinquente foge, corre,

Mas a justiça não socorre.

Nos hospitais, falta compaixão,

Administração, pura omissão.

Mídia alimenta, o que é brutal,

Feminicídio, um crime fatal.

É o roubo do dia a dia,

A sirene que avisa,

Delinquente foge, corre,

Mas a justiça não socorre.

Enquanto isso, os impostos pesam,

Sobre nós, a carga aumenta.

Para onde vamos, quem vai dizer,

O futuro é incerto, difícil de ver.

É o roubo do dia a dia,

A sirene que avisa,

Delinquente foge, corre,

Mas a justiça não socorre.

Enquanto a luta contínua,

Esperança é o que resta.

Mas onde iremos parar,

Só o tempo nos dirá.

Título: A SIRENE Código do texto: T8205203

Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral. 9.610/98

Autor Makleger Chamas — O Poeta (Manoel B. Gomes)

Escrito na Rua TRÊS ARAPONGAS, 06 bloco 06 Apto 31 — Vila Nova Jaguaré — São Paulo — BRASIL

Data da escrita 24/03/2007

Dedicado a

Registrado na B.N.B.

Análise e Reflexão sobre o poema “A Sirene”

O poema “A Sirene” transmite uma visão crítica e reflexiva sobre os desafios e as injustiças presentes no cotidiano, abordando temas como a violência, a indiferença social, e a ineficiência do sistema.

Através de suas estrofes e refrões, o autor, Makleger Chamas (Manoel B. Gomes), transmite um sentimento de impotência e frustração diante das dificuldades da vida moderna.

Versos e Refrões:

Verso 1:

O início do poema sugere uma observação profunda da realidade ao redor.

O eu lírico se vê sentado, refletindo sobre o que esta acontecendo, enquanto experimenta o sofrimento emocional, mas também dá vazão a esses sentimentos.

Refrão:

A repetição da sirene, que simboliza o alarme e o alerta para os perigos do cotidiano, cria uma sensação de urgência.

A “sirene” também pode ser entendida como um símbolo de uma sociedade marcada pela violência, onde, mesmo quando os criminosos estão em fuga, a justiça não consegue atuar eficazmente.

Verso 2:

A crítica se amplia para o sistema de saúde, com uma denúncia de falta de compaixão e a omissão da administração pública, o que é contrastado com a brutalidade midiática.

A menção ao feminicídio, um crime fatal, insere uma discussão sobre a violência de gênero e a necessidade urgente de um sistema de justiça mais eficiente.

Ponte:

Aqui, o poema expande a crítica social para a carga tributária e o fardo sobre a população, gerando uma sensação de incerteza sobre o futuro.

O questionamento de “Para onde vamos, quem vai dizer” reflete a falta de direção clara em um cenário difícil.

Final:

O fechamento é marcado por uma reflexão sobre a luta contínua e a esperança que ainda persiste, mas com uma incerteza sobre o futuro.

A frase “Só o tempo nos dirá” revela o pessimismo do autor diante de um futuro indefinido.

O Significado do Título:

O título “A Sirene” é emblemático por simbolizar o som de alerta que soa diante de uma ameaça iminente.

Em várias partes do poema, a sirene é usada como metáfora para a realidade alarmante da sociedade, onde a violência e a injustiça estão sempre presentes, mas nem sempre são resolvidas.

Considerações Finais:

O poema transmite uma visão dura e crua da realidade, abordando desde as falhas institucionais até as questões sociais mais profundas.

O uso da sirene como metáfora para alertar sobre as injustiças e a ineficiência da justiça é uma maneira de chamar a atenção para uma sociedade que parece não saber como lidar com seus próprios problemas, e cujas soluções parecem cada vez mais distantes.

O poema, portanto, é não apenas uma crítica social, mas também um convite à reflexão sobre o papel de cada um diante das injustiças que afligem a sociedade contemporânea.

A retórica completa do poema “A Sirene” pode ser abordada como uma análise do uso das ferramentas poéticas e da construção da mensagem.

Estruturarei a retórica do poema, destacando a retórica das emoções, da lógica e do ethos, além da análise do ritmo e dos recursos estilísticos empregados.

Retórica do Poema “A Sirene”

1. Emoção (Pathos)

O poema apela diretamente à emoção do leitor ao tratar de temas como a dor, a injustiça, a violência e a falta de compaixão.

Por meio de uma linguagem simples e direta, o autor tem em vista gerar uma reação emocional ao descrever cenas e problemas palpáveis no cotidiano.

Verso 1:

A expressão “Choro e analiso, na cadeira me sento” apela ao sofrimento pessoal do eu lírico. A dor interna e a reflexão sobre ela são capturadas de maneira crua e visceral.

A ideia de sentar-se e deixar fluir “o que há aqui dentro” sugere uma catársis emocional.

Refrão:

A repetição do refrão, “É o roubo do dia a dia, / A sirene que avisa,” gera uma sensação de inquietação. O som da sirene, normalmente associado a algo urgente, provoca uma sensação de alerta e instabilidade emocional, criando empatia com a preocupação do autor.

Verso 2:

A crítica ao sistema de saúde e à mídia alimenta o desânimo do leitor.

O lamento sobre a falta de compaixão nos hospitais e a violência sensacionalista pela mídia, que explora a frustração e a indignação.

A menção ao feminicídio traz uma forte carga emocional, dada a gravidade do crime e a sua recorrência.

2. Lógica (Logos)

Embora o poema se concentre em evocar emoções, ele também apresenta uma lógica crítica sobre o estado da sociedade, especialmente em relação às falhas nas instituições e no sistema de justiça.

Verso 2:

“Nos hospitais, falta compaixão, / Administração, pura omissão.”

Aqui, o autor não só expressa seu descontentamento com a falta de empatia nos hospitais, mas também aponta uma lógica clara: a omissão administrativa é uma falha que contribui para o sofrimento das pessoas.

Isso convida o leitor a refletir sobre a relação entre gestão pública e as condições de vida da população.

Ponte:

“Enquanto isso, os impostos pesam, / Sobre nós, a carga aumenta.”

O aumento da carga tributária é uma observação lógica sobre as dificuldades financeiras da população, evidenciando a relação entre os altos impostos e o peso econômico diário que as pessoas enfrentam.

Essa crítica à injustiça fiscal está ancorada na razão, ao mostrar que a vida das pessoas está sendo onerada por um sistema que não retribui em termos de serviços eficientes.

3. Ética (Ethos)

A ética no poema é construída a partir da credibilidade do autor e da posição de indignação moral diante das questões abordadas.

Título e Autoria:

A presença do nome do autor (Makleger Chamas — O Poeta) confere uma identidade e estabelece a autoridade moral de quem denuncia os problemas.

A escolha do nome artístico sugere uma reflexão mais profunda e quase filosófica sobre os acontecimentos da vida, reforçando a força ética da mensagem.

Refrão e a Sirene:

A sirene como um símbolo de alerta não apenas remete a uma emergência, mas também carrega um caráter moral de responsabilidade social.

Ao “avisar” sobre os perigos, o poema se coloca como uma voz ética que alerta o público para o que está errado na sociedade.

4. Recursos Estilísticos e Estruturais

O poema recorre a vários recursos estilísticos para intensificar sua mensagem.

Repetição:

O uso repetido do refrão, “É o roubo do dia a dia, / A sirene que avisa,” tem uma função de ênfase.

A repetição não só reforça a urgência do tema como também simula o som repetitivo de uma sirene, gerando um ritmo que remete à constante presença da violência e da injustiça.

Metáforas e Imagens:

A metáfora da sirene como símbolo de um sistema de alerta para os problemas da sociedade é central para o poema.

Além disso, as imagens de “feminicídio, um crime fatal” e “nos hospitais, falta compaixão” criam uma atmosfera de desesperança e crítica social.

Antítese:

O poema também apresenta contrastes, como entre o “delinquente” que “foge” e a “justiça” que “não socorre”. Isso expõe a falha do sistema jurídico e as desigualdades entre os que cometem crimes e os que buscam justiça.

5. Tom e Perspectiva

O tom do poema é sombrio, crítico e melancólico.

A falta de uma solução imediata para os problemas descritos resulta em um tom de impotência diante das injustiças.

No entanto, o último verso, “Só o tempo nos dirá”, sugere que ainda há esperança, mas com um olhar cético para o futuro.

Tom de urgência:

A presença da sirene como um alerta constante e a descrição dos problemas sociais urgentes conferem um tom de emergência à composição.

A repetição do refrão também simula a sensação de um chamado contínuo e persistente.

Tom de reflexão:

Nos versos finais, especialmente em “O futuro é incerto, difícil de ver,” o tom de incerteza permeia a visão do autor sobre a sociedade.

O poema termina com um apelo à paciência, mas também com uma avaliação amarga do cenário.

Conclusão

A retórica de “A Sirene” é uma construção de indignação, crítica e reflexão.

Através de suas metáforas e da repetição da sirene como um símbolo de alerta, o poema chama a atenção para os problemas sociais, especialmente a violência, a omissão do sistema e a desigualdade.

Ao mesmo tempo, apela para a lógica e ética, convidando o leitor a refletir sobre como essas questões afetam a vida das pessoas e a sociedade na sua totalidade.

O tom de urgência e a estrutura repetitiva fazem do poema uma obra que não só denuncia, mas também provoca uma introspecção crítica sobre o futuro.

Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 25/11/2024
Reeditado em 25/11/2024
Código do texto: T8205203
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