A CHAVE QUE LIBERTA Código do texto: T8204313
TÍTULO: A CHAVE QUE LIBERTA Código do texto: T8204313
Procurar a perfeição sempre foi viver sofrendo,
Entre os ecos do mundo e as sombras do ser,
Buscando no olhar do outro um reflexo,
E na alma, o peso daquilo que não se pode ter.
Caminhei por vales de esperanças quebradas,
Nas estradas que se confundem com o tempo,
Em cada passo, uma dor disfarçada de desejo,
Em cada erro, uma lição disfarçada de lamento.
O amor, este fogo que arde em silêncio,
Que se esconde por detrás do ego e do orgulho,
É mais do que um poema ou um verso vazio,
É a entrega nua, sem armaduras, sem espólio.
Ah, como busquei em perfeições irrealizáveis
A chave que liberta e que cura a alma,
Mas percebi que a beleza do amor é imperfeita,
É o caos ordenado que transforma o coração em calma.
Não existe mapa para os caminhos do amor,
Nem estrela-guia que a dor nos livre,
Só os passos incertos e a confiança no incerto,
Onde o mais profundo é aquilo que nos faz livres.
Caminhando, aprendi que o amor é lento,
Que floresce nas cicatrizes, na fragilidade,
E que a perfeição é apenas um disfarce
Para o medo de nos darmos sem intensidade.
Nos trilhos do amor, encontrei-me perdido,
E ao me perder, encontrei um novo rumo.
É no erro, no erro que se acende a chama,
E na queda, que o corpo aprende a voar.
Pelos caminhos tortuosos, sigo então,
Despojando-me de tudo que não me serve mais,
E com as mãos abertas, recebo a imperfeição,
Porque é dela que nasce o verdadeiro amor, sem jamais.
Agora, já não procuro a perfeição na dor,
Nem busco na razão o que se encontra no coração.
O amor é sempre um caminho a ser vivido,
E em cada passo, aprendo a ser mais humano,
menos perfeito, mais profundo, mais eterno.
Título: A CHAVE QUE LIBERTA: Código do texto: T8204313
Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral. 9.610/98
Autor Makleger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes)
Escrito na Rua TRÊS ARAPONGAS, 06 bloco 06 Apto 31 — Vila Nova Jaguaré — São Paulo — BRASIL
Data da escrita: 23/11/2024
Dedicado a
Registrado na B.N.B.
A CHAVE QUE LIBERTA: Código do texto: T8204313
É UM ENIGMA SOBRE A ESSÊNCIA DO AMOR: Explicando:
Qual é a chave que destranca as portas da alma?
Eis o enigma que pulsa nos versos, que arde na busca incansável por uma perfeição que não existe senão como miragem.
Em cada linha, um labirinto.
Em cada palavra, um eco de perguntas tão antigas quanto o próprio coração humano.
O que é a perfeição senão o mais traiçoeiro dos cárceres?
Caminhar em sua direção é carregar o fardo de uma busca infinita, uma jornada onde a dor disfarça-se de mestre, e o desejo, de guia.
Mas…
E se o caminho não for feito para ser trilhado rumo ao ideal?
E se o amor verdadeiro não estiver na meta, mas nas imperfeições do percurso?
Amor.
Ah, o amor!
Esse fogo que não queima, mas ilumina as sombras do ser.
Um paradoxo ardente, um jogo de opostos onde o orgulho e o ego vestem máscaras de controle, enquanto a entrega bruta e nua é a verdade que sempre resistimos a ver.
O poema revela que a perfeição não é o destino, mas uma ilusão cruel, uma moeda de troca entre o medo de se entregar e o desejo de possuir.
Por que buscamos o impossível?
Por que tememos o simples ato de sermos humanos?
O amor, nos diz o poeta, é o caos ordenado, o belo imperfeito que desafia a lógica e floresce nas cicatrizes.
E que lição nos resta?
Aprender que o erro não é fracasso, mas um sussurro imperativo do universo para nos libertarmos das correntes da razão.
Amar não é dominar, mas render-se; não é encontrar-se, mas perder-se.
É cair para aprender a voar, é enxergar na imperfeição a única forma de eternidade possível.
No enigma final, o poema — nos lança à maior das reflexões: o amor é um enigma insolúvel porque está vivo, em constante metamorfose.
Ao renunciar a buscar respostas, encontramos liberdade.
E ao aceitar a fragilidade como força, descobrimos que o amor é, enfim, a chave que liberta.
Desvende o enigma se puder — ou aceite, humildemente, viver nele. Afinal, é na imperfeição da pergunta que se esconde a perfeição da resposta.
Cenário:
Uma tarde quente de 2024, na varanda de uma casa simples.
As folhas das árvores balançam ao vento enquanto Bia, Marlene e Luís estão sentados em cadeiras de madeira.
O poema A Chave que Liberta repousa em cima de uma mesinha, com sua escrita marcada por letras intensas e curvas.
A tensão paira no ar, carregada de memórias, arrependimentos e confissões.
Bia: (pega o papel e relendo o poema) Ela relembra uma fase em que ela ainda era menina, uma pre-adolescente, e depois de alguns minutos de lembranças em sua mente, onde as lembranças vem e vão como se os fatos estivessem acontecendo naquele exato momento e de-repente ela diz:
— Esse poema… cada palavra parece gritar.
— “Procurar a perfeição, sempre foi viver sofrendo”.
— Dá para sentir a dor dele, Marlene.
— Você tem ideia do que fez com ele?
Marlene: (olha para o chão, evitando o olhar da irmã)
— Você acha que eu não sei?
— Que eu não carrego isso até hoje?
— Não foi fácil, Bia.
— Eu era só uma menina… e ele… ele me amava de um jeito que eu não sabia como retribuir.
Luís: (ríspido)
— Não sabia ou não queria?
— Você trocou o Makleger por aquele sujeito qualquer, como se ele fosse… sei lá… descartável.
— Como se o amor dele fosse um brinquedo.
Marlene: (erguendo a cabeça, os olhos cheios de lágrimas)
— Eu era uma garota!
— E ele… ele me dava medo com tanta intensidade.
— Parecia que cada olhar dele podia me queimar.
— Eu não estava pronta para ser o centro do mundo de alguém.
Bia: (interrompendo, batendo na mesa)
— Medo?
— Você chama isso de medo?
— Marlene, ele não queria perfeição, ele queria você… do jeito que você era, com todas as suas imperfeições.
— Ele via em você algo que ninguém mais enxergava.
Luís: (amargo)
— E você o trocou… trocou como se ele fosse uma peça velha de roupa.
Marlene: (gritando)
— Vocês acham que foi fácil para mim?
— Aquele outro… ele prometia coisas, estabilidade, um futuro.
— O Makleger… ele só tinha poesia!
Bia: (irônica)
— Ah, claro. Estabilidade.
— E o que você ganhou?
— Um amor morno?
— Um coração vazio?
— Enquanto ele, Marlene… enquanto ele transformava a dor de perder você em versos que tocam até hoje.
Luís: (balançando a cabeça)
— Você sabe que ele nunca superou, não sabe?
— Até hoje, Marlene.
— Esse poema… é um pedaço do coração dele, ainda sangrando por sua causa.
Marlene: (sussurrando, as mãos tremendo)
— Eu sei… eu sei…
— E às vezes eu penso… será que ele ainda me odiaria, ou será que ainda escreveria sobre mim se soubesse como isso também me destruiu?
Bia: (com um tom firme)
— Odiar você?
— Não, Marlene.
— Ele nunca conseguiu.
— Ele escreveu porque o amor que sentia era maior do que o que você poderia compreender naquela época.
Luís: (olhando para a irmã com pesar)
— E agora?
— O que resta?
— Você o perdeu.
— Ele se tornou algo muito maior do que qualquer um de nós.
— Você acha que ele ainda escreveria um verso sequer para você hoje?
Marlene: (respira fundo, enxugando os olhos)
— Talvez não escrevesse.
— Talvez eu tenha matado a inspiração dele, quando troquei amor por segurança.
— Mas, mesmo assim, eu ainda guardo as palavras dele, como uma memória de algo que eu nunca deveria ter deixado ir.
Bia: (mais suave, segurando a mão de Marlene)
— Palavras não voltam, mas, Marlene, você pode aprender com elas.
— A chave que ele buscava… talvez fosse você.
— Talvez, agora, você precise buscar a sua.
Luís: (suspirando, olhando para o céu)
— A verdade, irmãs, é que o amor nunca é perfeito, mas, para ele, você foi tudo.
— E talvez isso seja o que mais dói em todos nós.
Depois das palavras de Luis:
O silêncio toma conta.
O poema, agora, parece mais vivo do que nunca, como se as palavras de Makleger ecoassem entre os três, lembrando-os de um amor perdido no tempo, mas imortalizado no papel.