PRAGA BISSEXTA

PRAGA BISSEXTA

Adair André da Silva

Suaves vai as estações

Sempre na mesma vida nua

Não há dizeres, nem ação

Em silêncio morre a rua.

Pobres continuam nas calçadas

A massa oprimida calada

Operários sempre explorados

E segue a vida pacata .

Como praga de anos bissextos

A cidade é invadida

Por um bando de abutres, insetos

Começam de novo a corrida.

Só pensam em si mesmos

Seu ter, seu poder sua fama

Mentiras e palavras a esmo

Pelos becos e morros proclamam.

E a massa vazia de memória

Os reconduz aos seus postos

Enquanto a dor escreve a história

De dois mundos opostos.

@adairandre_